Francisco Luciani

Proponho que tenhamos antes de mais nada um pleito limpo e com o máximo de participação possível dos associados da ANMP. Por este e outros motivos acredito que “forçar a barra” no sentido do pleito com voto universal (1 perito = 1 voto) faz toda a diferença e se justifica pois precisamos “pacificar a casa”, re-arrumar as forças e, acredito, “uma boa representatividade” em votos para a chapa vencedora faria toda a diferença. Vença quem vencer a próxima eleição para a Direção da ANMP é preciso que tenha representatividade e legitimidade. Não precisamos conviver com qualquer diretoria eleita sob a crítica de “falta de representatividade”, por mais “legal” que o atual estatuto possa ser, é cerceador de participação e deixa este gostinho amargo de manipulação, mesmo que não ocorra.

Defendo a mudança do estatuto para possibilitar ao conjunto dos associados da ANMP escolherem seus representantes na próxima eleição da diretoria encerrando um ciclo desgastante de dúvidas, intrigas, acusações, ações na justiça, abaixo-assinados, derrotas da categoria, etc. Que prevaleça o bom senso e a legalidade. Não quer dizer que o voto universal (1 perito = 1 voto) vá resolver desavenças ou trazer paz e cessação das divergências. Com certeza não, mas possibilita a manifestação do entendimento e escolha da maioria e se “errarmos em maioria” teremos que ajustar os rumos: mazelas da democracia. Precisamos valorizar e debater as divergências e não trata-las como estorvo. Na verdade consenso geralmente não reflete entendimento, sintonia, mas sim falta de idéias. Temos que gerenciar os conflitos, as opiniões diversas, etc. Está é nossa real riqueza e não precisa ser nosso principal problema.

Sobre os rumos da ANMP penso que o modelo atual, baseado no conflito, deva ser substituído. Espero que as forças internar (colegas das variadas regiões e Gerências) sejam ouvidos de fato, ajudados e somados em esforço para os interesses da categoria.

É possível uma nova abordagem, mais política, polida e eficiente. Ao menos se faz necessário tentar. A política do conflito gerou péssimos frutos que agora colhemos.

Com a nova administração do INSS provavelmente mudando de “ares” é possível reabrir diálogo qualificado, apoiado em números estatísticos que nos são claramente favoráveis e tentar uma solução construída no entendimento argumentativo que tenha resultados para a casa, para a boa prática pericial e para a nossa classe.

As relações entre a ANMP e seus associados precisam ser reformuladas. Uma nova relação pautada pela real participação, pela escuta e troca recíproca de informações se faz urgentemente necessária para que os frutos ou as mazelas resultantes não passem por “resultado da atuação de poucos”. Temos que ouvir e trazer à participação as até agora proscritas “lideranças regionais” que nada mais são que colegas engajados na causa pericial. Seja por perfil pessoal, disponibilidade de tempo ou pura convicção muitos colegas assumiram a dianteira nas questões envolvendo a perícia médica. Possuem opiniões, tomaram atitudes e acabaram recebendo dos colegas de sua região, gerência, cidade e até Estado o devido reconhecimento. Precisamos “aproveitar”, no bom sentido, estes colegas e não isola-los como até agora. Em resumo: precisamos somar forças e não dividi-las como estamos fazendo.
Não faz sentido revirar o passado, apenas aprender com ele é uma imposição.

Errar duas vezes é descuido, mais que isto é incompetência, burrice ou má fé. Por essas e outras é preciso olhar para frente e partir de onde estamos, sem piorar as relações entre associados. Os colegas que participaram direta ou indiretamente da direção, representação ou outra forma de participação não devem ser execrados pelo fracasso ou endeusados por sucesso, mas não devemos perder a capacidade de discordar, debater sem perder a elegância. Somos civilizados, adultos, médicos. Há que se ter postura. Expor uma idéia, posição, entendimento, interpretação de fato, intenção, etc. não pode, no nosso meio, ser motivo de desentendimento e ofensas. Viva a diversidade. Devemos apenas ter a garantia da possibilidade da justa e real manifestação da vontade pelo voto e pela livre manifestação. Não é tão importante que meu candidato ganhe (mazelas da democracia), mas é imprescindível que perca com justiça e lisura. Não aceito manipulação.